terça-feira, julho 31, 2012

Tudo depende de um ponto de referência

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês.

O primeiro pergunta ao outro:
_ Você acredita em vida após o nascimento?
_ Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
_ Bobagem. Não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
_ Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
_ Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.
_ Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
_ Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
_ Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
_ Mamãe? Você acredita em mamãe? E onde ela supostamente está?
_ Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.
_ Eu não acredito! Eu nunca vi a mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
_ Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela...

terça-feira, julho 10, 2012

Legado

_ Perguntas para se fazer HOJE.


Quanto tempo mais de vida útil você tem para se realizar?
Uma, duas, três décadas?
Este tempo passará voando...


E quer saber quanto tempo te sobra?
Você só tem o tempo justo para Despertar, para Crescer, para Cumprir contigo e com tua missão na vida.
Nada mais.


Quando passar o tempo, e você olhar seus netos ou seus seres amados, que você deixará um dia, medite em todo seu passado pensando em qual será a aprendizagem mais valiosa que como presente você lhes deixará. 

No dia em que você se for e tudo ficar para trás, que ensinamento, que valores, que exemplo de vida a todos os que ama, você lhes deixará? Diga-se, honestamente. No dia em que você se for deste mundo, dirá a eles que sua vida foi valiosa e guiada por valores profundos? Dirá a eles que sempre seguiu o que seu coração ditava e que a sua vida, ainda que simples, não foi decretada pelos demais nem se deixou levar por conveniências e pressões da sociedade? Dirá a eles que aproveitou o tempo e a energia para caminhar atrás do seu Sonho ou só passou correndo atrás do sonho dos outros? Dirá que viveu intensamente e que conquistou a felicidade, o saber e a consciência que dá liberdade? Dirá a eles que, sobretudo, amou e se esforçou e com audácia venceu os desafios dos seus vícios, dependências e medos? No dia em que se for deste mundo, dirá aos que ama o que deixa e como se vive uma vida de verdade?


A sua vida atual está focada no seu Sonho, no que mais ama?

O que deixará a eles, no dia em que se for, além do dinheiro?



[Extraído de "Psicologia Da Decisão" do Livro "O Legado de Cóndor Blanco".]

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Os 3 Crivos

Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:
_ Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-lhe.
_ Espera... Ajuntou o sábio prudente - Já passaste o que vais me dizer pelos três crivos?
_ Três crivos? - perguntou o visitante, espantado.
_ Sim, meu caro amigo. Três crivos. Observamos se tua confidência passou por eles.
O primeiro é o crivo da VERDADE. Guardas absoluta certeza quanto àquilo que pretendes comunicar?
_ Bem, assegurar mesmo não posso... - ponderou o interlocutor - mas ouvi dizer, então...
_ Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da BONDADE. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que me queres contar?
Hesitando, o homem replicou: _ Isso não... Muito pelo contrário...
_ Ah! - tornou o sábio - Então recorramos ao terceiro crivo, o da UTILIDADE, e notemos o proveito do que tanto lhe aflige.
_ Útil não é.
_ Bem - rematou o filósofo num sorriso - se o que tens a me confiar não é nem verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificação para nós.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Riso diário é bom




Enfim, por mais que doa, quando a ficha cai abre espaço para outros pensamentos.


sábado, dezembro 24, 2011

E ninguém te ouve



(...) E são tantas marcas
que já fazem parte
do que eu sou agora
mas ainda sei me virar.

domingo, dezembro 18, 2011

Além da superfície



Vamos combinar o seguinte?

Antes de adotar qualquer atitude intempestiva, guarda com cuidado e reflete com sentimento o que se passa dentro de você até encontrar um meio de agir, ser e viver feliz com isso.

Nem sempre a gente tem que ter uma resposta na ponta da língua, ou agir de imediato, porque nem todas as situações são 'caso de vida ou morte'. Algumas são simplesmente 'eternas'. Gaste tempo com essas.


sexta-feira, setembro 02, 2011

Lá de longe



O fato de você estar andando não significa que já me alcançou.


quarta-feira, agosto 24, 2011

A Vontade de Deus

Certas palavras não precisam ser explicadas, apenas sentidas. E, no dia do meu aniversário, é isso que cobre meu coração:



A Vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde a graça de Deus não possa guardá-lo,
Aonde os braços de Deus não possam sustentá-lo,
Aonde as riquezas de Deus não possam suprir suas necessidades,
Aonde o poder de Deus não possa capacitá-lo.

A Vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde o Espírito de Deus não possa operar por seu intermédio,
Aonde a sabedoria de Deus não possa ensiná-lo,
Aonde o exército de Deus não possa protegê-lo,
Aonde as mãos de Deus não possam moldá-lo.

A Vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde o amor de Deus não possa envolvê-lo,
Aonde as misericórdias de Deus não possam animá-lo,
Aonde a paz de Deus não possa acalmar seus temores,
Aonde a autoridade de Deus não possa dominá-lo.

A Vontade de Deus nunca irá levá-lo
Aonde o consolo de Deus não possa secar suas lágrimas,
Aonde a palavra de Deus não possa alimentá-lo,
Aonde os milagres de Deus não possam ser operados em você,
Aonde a onipresença de Deus não possa encontrá-lo.

segunda-feira, agosto 22, 2011

Anotações, para mim mesma



Faltando 2 para os 31:


Não espere que lhe devolvam algo, que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.



domingo, julho 17, 2011

Devolva-me


Quero você inteira e minha metade de volta.



_A Pedra Mais Alta/O Teatro Mágico.

segunda-feira, junho 27, 2011

il faut être très patient...


E foi então que apareceu a raposa:
_ Bom dia, disse a raposa.
_ Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
_ Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
_ Sou uma raposa, disse a raposa.
_ Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
_ Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
_ Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
_ Que quer dizer "cativar"?
_ Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
_ Procuro homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
_ Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
_ Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
_ É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços".
_ Criar laços?
_ Exatamente, disse a raposa. Tu não é ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
_ Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... Eu creio que ela me cativou...

(...)
Mas a raposa voltou à sua idéia.
_ Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
_ Por favor... Cativa-me! Disse ela.
_ Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
_ A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
_ Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
_ É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, cada dia, te sentará mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
_ Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...


[Le petit prince: chapitre 21]

segunda-feira, junho 13, 2011

Impressões



Aquilo a que você resiste, persiste.

_ Carl Jung.

sexta-feira, maio 20, 2011

Ruy, o Peugeot Equilibrista

Bom, fiquei devendo o relato do maior 'causo' acontecido no Rally da Ferrugem 2011 (26/03), então vamos lá. É claro que, tendo já passado tanto tempo do ocorrido, os fatos já se misturam aos mitos e, despretensiosamente, narrarei aqui apenas a versão de quem estava dentro do carro, já que os que estavam de fora, certamente, tiveram uma visão, digamos, menos 'inclinada', da coisa...

Pois bem, depois de mais de seis horas de prova, já na 3ª etapa do Rally, estávamos eu, Tatiana, a navegadora do dito carro 36, e a Andressa, que pilotava o Ruy (codinome "Peugeot Equilibrista") já completamente desbaratinadas depois de tanto rever a tal 'árvore de espinhos', ainda procurando o que viria a ser o tal 'matinho vapt-vupt', e muito P da vida com a possibilidade de cogitarem que uma tulipa com uma descrição de 'pinheiro à esquerda' no meio de um pinheiral serviria de referência pra algum ser não portador de talentos paranormais identificar. O caso é que o sol já se punha e, com mais lama dentro do carro que nos vasos de planta lá de casa, a gente simplesmente perdeu qualquer referência nas proximidades da barragem de Brazlândia e, lembrando os sábios conselhos do mestre Armando, resolvemos carrapatear o primeiro carro que surgiu a nossa frente; no caso, o Troller verde da dupla Luciano e Fabiana. Bom, aproveito a ocasião para acrescentar uma informação de suma importância para os rallyzeiros de primeira viagem que, num ato de desespero, resolverem carrapatear alguém. Este aviso deve ser levado com grande consideração, visto que trata-se de uma advertência óbvia e, como toda coisa óbvia, ainda mais num rally, passa facilmente desapercebida: é impossível um Peugeot 206 acompanhar um Troller na lama. Ok? Bom, tendo dito isto, volto à narrativa. Seguíamos nós atrás do Troller, rezando para que eles, pelo menos, soubessem onde estavam indo... Pra nossa infelicidade, num dado momento, deparamo-nos com uma lombada na saída de uma curva. O Troller, que ia lentamente pelo caminho, derrapou e patinou um pouco sobre a dita cuja mas, assim que retificada a direção das rodas e, quem sabe, acionado o 4X4, passaram pela lombada sem maiores contratempos. Já o Peugeot... Bom, a Andressa tentou transpor a lombada uma, duas, três vezes sem sucesso. O carro patinava muito ao atingir a parte mais alta desta e sempre voltávamos ao mesmo lugar. Foi aí que resolvemos dar uma pequena ré para, então, quem sabe vindo numa velocidade baixa e constante conseguíssemos finalmente passar por ali. Mal a ré foi engatada que o Ruy, ainda deslizando na lama, começou a descer pela estrada, já completamente fora do controle da Andressa e... precipitou-se no buraco. Só me lembro da cara de pânico da Andressa, da sensação de queda e, automaticamente, puxei o freio de mão. (Acho, inclusive, que além de navegadora, no adesivo do carro com a identificação da dupla, deveriam incluir o símbolo de piloto também ao lado do meu nome, depois desse ato impetuoso de bravura e pilotagem...). Bom, passado o desespero inicial da fatalidade, veio o desespero real ao estudarmos nossa possibilidade de resgate antes do Rally do Produtor (21/05). Os celulares não apresentavam sinal, o carro que estava à nossa frente a muito tempo que havia sumido na mata e, até onde supúnhamos, estávamos completamente fora da trilha, ou seja... Será que alguém passaria por ali?? Pra piorar a situação, a Andressa havia soltado o cinto de segurança dela instintivamente no momento da queda e a minha janela estava completamente aberta... Resumindo, caso alguém se mexesse ali e o carro tombasse pra dentro do buraco, não só a lama iria adentrar com vontade pra dentro do Ruy, como possivelmente a Andressa iria parar ali na minha janela. Enfim, tratamos de ficar bem quietinhas, respirando somente o necessário e inclusive falando baixo que era pra não dar chance pro azar. E não demos. Sei que, após darmos muito sinal de luz e fazermos a buzina gritar tanto até acabar, eis que aquele abençoado Troller verde passa novamente ao nosso lado! O Luciano e a Fabiana, incansáveis e sedentos de desafios na estréia deles no rally de regularidade, contrariando a sugestão da organização da prova que deu esta por encerrada, resolveram refazer o trecho que se perderam na tentativa de acertarem, ainda que não fosse haver pontuação naquele pedaço da prova. E nessa de refazerem o caminho foi que passaram por nós. Contactaram o pessoal da organização e informaram da situação. Em pouco tempo, o Clis e sua comitiva chegaram ao local em que estávamos penduradas.

Foi aí que começou novo capítulo da novela "Ruy, o Peugeot Equilibrista": o salvamento. Gente dizendo que tinha que puxar daqui, outros que tinham que amarrar acolá... O consenso era só que, antes de tentarem nos tirar do carro, este deveria ser sustentado de alguma forma. Amarra, prende, puxa, solta... O tempo passando, meu braço morrendo... Já que, desde aquele momento em que puxei o freio de mão, lá ficou ele, segurando todo o peso do meu corpo para que eu não escorregasse em direção à janela aberta.

Quando tudo estava devidamente seguro, abriram a porta do motorista e puxaram a Andressa. Em seguida, seria minha vez. Ao estenderem a mão para que eu pegasse, fui colocar a prancheta com a planilha da prova no banco de trás do carro mas, subitamente, alguém agarrou também esta minha mão e fui tirada do carro sem nem perceber como. Ainda tive que aguentar gozações com relação a como sou uma navegadora aplicada que, mesmo sob condições adversas, não me desgrudo da planilha... Mereço.

Bom, esta aventura teve, graças à Deus, um final bem feliz. O Ruy, contrariando todas as leis de Newton, saiu ileso da batalha. Quanto a nós, não só ganhamos um lindo troféu e popularidade (diga-se, as honrarias da zoação), como a certeza de que, ainda que no mato, na lama e na noite, podemos contar com amigos para, literalmente, tirarem a gente do buraco.




segunda-feira, abril 04, 2011

Na fronteira do invisível



É só pensar em você
Que muda o dia
Minha alegria dá pra ver
Não dá pra esconder
Nem quero pensar se é certo querer
O que vou lhe dizer...
Um beijo seu e eu vou só pensar em você.

Se a chuva cai e o sol não sai
Penso em você
Vontade de viver mais
Em paz com o mundo e comigo
.........................e consigo.


quinta-feira, janeiro 20, 2011

Mil véus

"Eu gostaria de arrebentar meu coração, para que pudessem sair dali todas as coisas que estão presas... Minhas mãos são estúpidas, tímidas, desconhecidas... Nossos corações são muito melhores que nós mesmos e, entre todos os sentimentos e as maneiras que temos para descrever estes sentimentos, existem mil véus...
Quando alguém consegue trabalhar de dentro pra fora, vive num estado de constante renascimento. É uma reconstrução diária de si mesmo e, como já foi dito, o dia de ontem já aconteceu há mil anos atrás..."
_ Kahlil Gibran.